FUNDAMENTO: Associações inversas entre a ingestão de micronutrientes e desfechos cardiovasculares foram demonstradas previamente na população geral. OBJETIVO: Revisar sistematicamente o papel de micronutrientes no desenvolvimento/presença de desfechos cardiovasculares em pacientes com diabetes. MÉTODOS: Foi realizada uma busca nas bases de dados Medline, Embase e Scopus (Janeiro/1949-Março/2012) por estudos observacionais que avaliaram micronutrientes antioxidantes e desfechos cardiovasculares em pacientes com diabetes e, em seguida, os dados foram selecionados e extraídos (dois revisores independentes). RESULTADOS: Dos 15658 estudos identificados, cinco foram incluídos, sendo três de caso-controle e dois de coorte, com um acompanhamento de 7-15 anos. Uma metanálise não foi realizada devido aos diferentes micronutrientes antioxidantes (tipos e métodos de medição) e os desfechos avaliados. Os micronutrientes avaliados foram: vitamina C (dieta e/ou suplementação), cromo e selênio em amostras de unha, e α-tocoferol e zinco no soro. A ingestão de > 300 mg de vitamina C a partir de uplementos esteve associada a um risco aumentado de doença cardiovascular, doença arterial coronariana (DAC) e acidente vascular cerebral (RR 1,69-2,37). Altos níveis de α-tocoferol no soro foram associados a um risco 30% inferior de DAC em outro estudo (RR 0,71, IC 95% 0,53-0,94). Entre os minerais (zinco, selênio e cromo), foi observada uma associação inversa entre o zinco e a DAC: níveis inferiores a 14,1 μmol/L foram associados a um risco aumentado para DAC (RR 1,70, IC 95% 1,21-2,38). CONCLUSÃO: A informação disponível sobre essa questão é escassa. Estudos prospectivos adicionais são necessários para elucidar o papel desses nutrientes no risco cardiovascular de pacientes com diabetes.
BACKGROUND: Inverse associations between micronutrient intake and cardiovascular outcomes have been previously shown, but did not focus on diabetic patients. OBJECTIVE: To systematically review the role of micronutrients in the development/presence of cardiovascular outcomes in patients with diabetes. METHODS: We searched Medline, Embase, and Scopus (January/1949-March/2012) for observational studies that evaluated micronutrients and cardiovascular outcomes in patients with diabetes, and then selected and extracted the data (two independent reviewers). RESULTS: From the 15 658 studies identified, five were included, comprising three case-control and two cohorts, with a follow-up of 7-15 years. A meta-analysis was not performed due to the different antioxidant micronutrients (types and measurement methods) and outcomes evaluated. The micronutrients assessed were vitamin C intake in diet and/or supplementation, chromium and selenium in toenail samples, and α-tocopherol and zinc in serum levels. Intake of >300 mg of vitamin C through supplementation was associated with increased risk of cardiovascular disease, coronary artery disease (CAD), and stroke (RR 1.69-2.37). High levels of α-tocopherol in serum were associated with 30% lower CAD risk in another study (HR 0.71; 95%CI 0.53-0.94). Among minerals (zinc, selenium, and chromium), an inverse association between zinc and CAD was observed; levels lower than 14.1 µmol/L were associated with an increased risk for CAD (RR 1.70; 95%CI 1.21-2.38). CONCLUSION: The information available on this issue is scarce. Further prospective studies are needed to elucidate the role of these nutrients in the cardiovascular risk of patients with diabetes.